Em 1997, a saúde do Distrito Federal (DF) dispunha de uma rede de assistência médica invejável, considerada a melhor do país. A assistência básica, complementada pelo programa Saúde em Casa, levava à população uma inovação com o atendimento médico domiciliar e a introdução da assistência a saúde bucal , com a presença do dentista do programa.
O desvirtuamento do Sistema Único de Saúde (SUS) se evidenciou com a mudança da filosofia assistencial para a 'emergencialização' e a hospitalização, realizada por Frejat/Roriz. Foi o momento de destruição do programa Saúde em Casa, que naquele momento, de acordo com pesquisas, obtinha um grau de satisfação de mais de 80% dos usuários. Foram mais de três mil servidores demitidos, sem qualquer menção de substituição. O que se seguiu foi um arremedo do Saúde da Família, que permanece até hoje, e incompleto.
Após este período, com a chegada de José Roberto A rruda ao GDF, a privatização da saúde de fato passou a acontecer. Primeiro o Hospital de Santa Maria, com a contratação da Real Sociedade Espanhola para administrá-lo. Em seguida, as transferências para o setor privado das cirurgias e internações do SUS.
Atualmente, temos a contratação da Cruz Vermelha para administrar as Unidades de Pronto Atendimento (UPAS). Fechou-se a gráfica central, contratou-se uma empresa privada e fala-se em terceirização das lavanderias, laboratórios etc. Como mudar tudo isso?
O problema não é de gestão, nem de falta de recursos financeiros, que, aliás, existem em quantidade suficiente para prover o sistema.
O que é preciso é a mudança de postura política, uma política que aposte num atendimento mínimo para pobres e remediados nas emergências sucateadas, com concursos públicos para preencher vagas existentes em todos os níveis, assistência básica complementada pelo programa Saúde em Casa e assistência universal, qualificada e hierarquizada.
Não há mágica, há vontade política. Saúde pública para o público.
Nenhum comentário:
Postar um comentário